Espíritos de Servidão

Uma possível bruxa com um
gato preto familiar a seus pés.

     A maioria dos grimórios e outros livros que tratam da magia de evocação falam freqüentemente dos servos ou espíritos Familiares. Familiar, também chamado de Espírito Guia ou Espírito Servil, é o animal que atua como ajudante de uma bruxa ou feiticeiro(a). São criados para servir seus donos como servos domésticos, ajudantes, conselheiros, protetores e espiões, em adição à tarefa de usar bruxaria, feitiços e magias em inimigos. Diferem totalmente dos animais comuns, pois são gerados a partir de rituais e magias.

     Com o passar dos tempos, após a descoberta de que os Espíritos Servis não são exatamente demônios (como foi imposto pela Inquisição, na Caça as Bruxas), os caçadores passaram a aderir Familiares a fim de obter auxílio em suas caçadas.

 Como criar um espírito Familiar

     Existem duas maneiras de se criar um Familiar, ou você, assim como a grande maioria das bruxas, convoca um demônio para que este lhe ceda um, ou você realiza um ritual a fim de gerar um Familiar a partir de um animal comum. Obviamente a segunda opção é a escolhida pelos caçadores, então vamos expandi-la:

O ritual consiste em trazer um espírito de volta à vida para que em troca este se torne seu servo e esteja disposto a realizar todas as suas ordens.

† Faça um chá de Rosa de Jericó e armazene durante dois dias.

† Agora faça um preparado com o chá, assa-fétida, pimenta da costa, olho-de-pombo, sementes de mostarda, uma pena de galo preto virgem e três gotas de seu sangue.

† Coloque o preparado em um pote de vidro, tampe e chacoalhe 21 vezes.

† Vá a um cemitério, enterre o vidro e faça a seguinte conjuração:

“Oh, espíritos adormecidos e despregados, eu realizei o que foi decretado para conjurá-los, e agora armado com poder da vida e da morte estou eu, completo para conceder a chance de retornar para o carnal ao que pronto vier a mim, humilde e manso, submisso as minhas ordens, desejos e vontades. Eu vos convoco para que acordem do sono eterno, espíritos desencarnados! Venham a mim! Venham ao reino dos vivos! Venham a vida! Porque sou eu, o não nascido, que ordena. Levantem-se das profundezas e venham ao meu auxílio, pelo poder da Planta da Ressurreição. Aloe Katii Mahá”

† Retorne após 4 horas e desenterre o vidro.

† Agora retire o líquido do pote e faça com que um animal (fêmea) beba-o.

† A fêmea ficará grávida (sem ter tido relações) e dará a luz a um animal que será o seu Familiar (um dos espíritos do cemitério que retornou a vida na forma de um animal).

OBS: É importante que a fêmea escolhida para dar a luz ao Familiar seja virgem.

Familiares na história

     Cornelius Agrippa possuía um cão negro chamado Monsieur com o qual conversava enquanto Anton LaVey, mais extravagante, preferia amizade com seu tigre Togare.

     Relata-se que no século XIV, Leopoldo, irmão do duque Frederico III da Alemanha tentou usar Truwesniet, o espírito familiar de um feiticeiro contratado para libertar seu irmão da prisão. Um século antes, já houve ainda um papa chamado Bonifácio VIII, entusiasta do estudo da feitiçaria que era conhecido por possuir um espírito familiar. Não por coincidência este papa tornou-se um dos personagens a habitar o Inferno descrito por Dante Alighieri em sua Divina Comédia.

Observações finais:

† Familiares não se alimentam por necessidade, apenas por prazer. Mas atenção: durante todo mês da data de nascimento do seu Familiar, você deve alimentá-lo com seu sangue (cerca de 100ml ao dia), ou seja, se o seu familiar nasceu no mês de junho, durante todos os dias de todos os meses de junho você deverá alimentá-lo com seu próprio sangue.

† No início, você apenas se comunica com seu Familiar verbalmente e ele responde mentalmente, mas conforme você ganha afinidade com ele, poderá se comunicar apenas mentalmente, ou seja, você se comunica mentalmente e ele responde da mesma forma.

† O grande erro das pessoas é achar que os Familiares são irracionais como os animais comuns, pois Familiares são anteriores a razão e estão acima dos ditames da lógica.